segunda-feira, 25 de agosto de 2008

E foi mais um sábado

Há alguns dias estávamos nos preparando para aquela noite. Não era como se fosse nada de mais.
Eu as encontrei na estação à tarde, nós comemos, nos arrumamos e voltamos à estação. Pegamos o trem e em vinte minutos já estávamos lá. Eles nos esperavam na passarela.
Chegamos a casa, aguardamos até que eles se preparavam e fomos todos os cinco deixados de carro no lugar. O lugar, por fora, parecia mais um puteiro. Havia luzes coloridas nas escadas. Não, melhor, parecia uma boate gay. As luzes quase formavam um arco-íris.
Ao adentrarmos, o lugar estava vazio. As pessoas foram chegando e depois de um tempo metade do salão já estava cheio. Ele pegou e passou. Não fez efeito. Passaram-se trinta minutos e ele pegou de novo. E passou. Quando ela estava com ele na mão, um homem pegou seu braço e perguntou de quem era. Perguntou a mesma coisa várias vezes. Ela tentava parecer sóbria e dizia que não sabia. Ele a puxou pelo braço e disse que ela teria de ser retirada. Nós fomos atrás. Nós duas apenas. Quando descemos a escadaria furta-cor seguimos caminhando como se soubéssemos aonde estávamos indo. Nosso alívio foi ouvir as palavras “Deixa ir, deixa ir!”. Seguimos até a esquina, quando nos demos conta de que estávamos numa vila. Não havia nada além de casebres e uma borracharia. Eu ligava e ela não atendia. Nós nos agachamos sobre o cascalho. Não importava se alguém ia ver a nossa bunda branca na rua, eu estava me mijando.
Saindo da borracharia, um carro subiu o cordão da calçada e se atravessou na nossa frente, foi quando começamos a correr até a outra quadra. Eles gritavam “Polícia, parem agora! É a polícia!” e ela dizia, alterada, “Continua correndo, Ana!”. Ana continuou, ela também continuou. Eu parei e voltei. Fui em direção a eles. Eles perguntaram o motivo de estarmos lá fora e o motivo de termos saído correndo. Eu os disse que havíamos saído do lugar porque o clima lá estava péssimo, e estávamos correndo de medo de que do carro saíssem homens tarados, ou algo do gênero. Eles ficaram nos perguntando onde deviam nos deixar, eu disse que não sairíamos de lá até que encontrássemos nossos amigos. Meu celular tocou, era ela. Chorando e perguntando onde nós tínhamos ido. Ela saiu do lugar com eles dois. Encontramos-nos do outro lado da rua. Fiz um sinal de positivo para os policiais, eles foram embora. O cara estranho disse que sua mãe poderia nos deixar em casa. Fomos até onde ela se encontrava. Era uma lancheria, nós comemos e pagamos vinte reais. A mãe do cara estranho era meio louca. Chegamos em casa de taxi, às 3:00 da manhã. O próximo trem era às 05h30min. Eles dormiram até as 05h00min, eu não consegui dormir mais de meia hora. Às 05h00min levantamos, às 05h30min fomos esperar o ônibus que ia para a estação. Esperamos até as 06h15min, até que ele chegou. Todas as três de nós tremiam de frio. Chegamos à estação um pouco mais tarde que o previsto. O sol já estava posto no céu, pegamos o trem. Assim como a vinda, a volta também levou vinte minutos. Apressamos-nos para chegar em casa e tentamos ser silenciosas. Deitamos-nos às 07h00min da manhã. Até que enfim estávamos em casa, até que enfim não estávamos mais congelando. Foi bom, mas até que enfim acabou. E foi mais um sábado no ano de 2008.

4 comentários:

Hazelbaker disse...

Isso aconteceu de verdade?

2.g disse...

sim. não te contei porque tu ia ficar braba. .___.

Anônimo disse...

Que post mais sério XD

EdpeppeЯs disse...

aventuuuura... mt bom! ^^

:P